Abertura da temporada do Futsal: Superliga 2010/Betim-MG

A temporada 2010 do futsal nacional será aberta em Minas Gerais, mais precisamente na cidade de Betim, onde será realizada a  5ª edição da Superliga, entre os dias 3 e 7 de março. Esta competição contará com a participação de 8 equipes, distribuídas nas seguintes chaves:  

Grupo A
Betim (MG) - sediante
Malwee/Cimed (SC) - vice da Liga Nacional
Paraná/Vale Fértil (PR) - Liga Sul
Fortaleza (CE) - Liga Nordeste

Grupo B
V&M Minas (MG) -  Liga Sudeste
Zaeli/Gazin/Penalty (PR) - substituindo o Carlos Barbosa (atual campeã da Liga Futsal, que abriu mão de participar da Superliga)
Fesurv/Rio Verde/Rinco (GO) -  Liga Centro-oeste
Esmac/Ananindeua (PA) -  Liga Norte

Apesar de reconhecer o mérito das equipes da Fesurv, Paraná, Esmac e Fortaleza, pelas conquistas das ligas regionais que os credenciaram a esta disputa e a expectativa em relação à equipe de Betim (que fez uma parceria com a Seleção Mineira sub-20), que conta com o apoio da torcida local, destaco as equipes da Malwee e do Minas. A Malwee por ser detentora de três dos quatros títulos disputados, inclusive o último, e por apresentar continuidade de trabalho e grandes jogadores, como Tiago, Lenísio e Falcão, além de contar com a contratação de Bazílio (goleiro) e Índio (fixo). E o Minas, uma equipe muito rápida e entrosada, pois conseguiu manter a sua base, que já vem jogando junto há 3 anos e com grandes ambições para esta temporada.

É uma ótima oportunidade, principalmente, para os apaixonados por futsal de Minas Gerais, que poderão acompanhar de perto estas grandes equipes e estes excelentes jogadores. Veja aqui a tabela da competição, com destaque para os jogos transmitidos pela TV.

Um exemplo, dentro e fora do esporte, que começou no futebol de salão

Transcrevo abaixo um texto escrito por Tostão, ex-jogador de futebol, comentarista esportivo e médico, e foi publicado por vários jornais do Brasil, em 2009:

"Na semana passada, ao chegar de férias, soube, sem ainda saber detalhes, que o governo federal vai premiar, com um pouco mais de R$ 400 mil, cada um dos campeões do mundo, pelo Brasil, em todas as Copas. Não há razão para isso. Podem tirar meu nome da lista, mesmo sabendo que preciso trabalhar durante anos para ganhar essa quantia.

O governo não pode distribuir dinheiro público. Se fosse assim, os campeões de outros esportes teriam o mesmo direito. E os atletas que não foram campeões do mundo, mas que lutaram da mesma forma? Além disso, todos os campeões foram premiados pelos títulos. Após a Copa de 1970, recebemos um bom dinheiro, de acordo com os valores de referência da época..

O que precisa ser feito pelo governo, CBF e clubes por onde atuaram esses atletas é ajudar os que passam por grandes dificuldades, além de criar e aprimorar leis de proteção aos jogadores e suas famílias, como pensões e aposentadorias. É necessário ainda preparar os atletas em atividade para o futuro, para terem condições técnicas e emocionais de exercer outras atividades. A vida é curta, e a dos atletas, mais ainda.

Alguns vão lembrar e criticar que recebi, junto com os campeões de 1970, um carro Fusca da prefeitura de São Paulo. Na época, o prefeito era Paulo Maluf. Se tivesse a consciência que tenho hoje, não aceitaria. Tinha 23 anos, estava eufórico e achava que era uma grande homenagem.

Ainda bem que a justiça obrigou o prefeito a devolver aos cofres públicos, com o próprio dinheiro, o valor para a compra dos carros.

Não foi o único erro que cometi na vida. Sou apenas um cidadão que tenta ser justo e correto. É minha obrigação."

É um grande prazer apresentar, neste blog, este texto de uma pessoa que eu muito admiro, Tostão. Muitos aspectos me chamaram a atenção, mas principalmente, a referência que o mesmo fez aos outros esportes, bem como a sua lembrança às grandes equipes e excelentes atletas, que infelizmente, não foram campeões do mundo. 
Os textos do Tostão podem ser lidos também no jornal Estado de Minas, às 4ªs. feiras e aos domingos.

Termina o Europeu de Seleções: Espanha campeã, mais uma vez

No último sábado, dia 30/01, terminou o 7° Campeonato Europeu de Seleções, na Hungria. A fase final contou com 12 equipes, divididas em quatro chaves de três equipes, na qual se classificaram duas de cada chave e foram definidos os cruzamentos das quartas de final: República Checa x Itália; Espanha x Rússia; Portugal x Sérvia e Azerbaijão x Ucrânia.

Nestas quartas, tivemos a classificação de Portugal, sobre a Sérvia – a única no tempo normal nesta fase; da Espanha, nas penalidades, contra uma Rússia (com os brasileiros Pula e Cirilo) retrancada; e as duas classificações surpreendentes (ambas, nas penalidades) da República Checa e de Azerbaijão (contando com treinador e alguns atletas brasileiros) sobre Itália (com quase todos os atletas brasileiros, entre os 14 inscritos) e Ucrânia, respectivamente.

Nas semifinais, tivemos uma goleada incontestável da Espanha por 8 a 1 sobre a República Checa, além da vitória de Portugal, nas penalidades, sobre o Azerbaijão. Assim sendo, pela primeira vez, a Seleção Portuguesa chega a uma final de Europeu – um prêmio merecido ao seu treinador Orlando Duarte – e, a Espanha, à sua sexta final em sete campeonatos.

Na final, a Espanha confirmou sua hegemonia, vencendo Portugal, por 4 a 2. Neste jogo, a Espanha chegou a fazer 3 a 0 (Ortiz; Javi Rodrigues – de calcanhar – e Lin), mas, Portugal, aos 17 e 18 min. do segundo tempo, colocou fogo no jogo, com Gonçalo e Joel, deixando o jogo em 3 a 2. Porém, quando faltavam 22 segundos, a Espanha fechou o placar com o gol de Daniel. Em tempo: ambas as seleções contaram com brasileiros em suas equipes: Leitão, por Portugal e Daniel e Fernandão, pela Espanha.

Mais um título para o treinador espanhol José Venâncio López, que substituiu o treinador bi-campeão mundial, Javier Lozano. Em 51 partidas, como treinador da Espanha, José Venâncio venceu 46 e não perdeu nenhuma.

Apesar de reconhecer a grande importância destes dois grandes treinadores espanhóis, o que mais me chama a atenção é a impressionante consistência de competitividade desta geração: é o terceiro Campeonato Europeu consecutivo (2005, 2007 e 2009) conquistado. Sem falar, é claro, dos últimos três mundiais, em que foi campeã em dois e vice-campeã em um (no Brasil, perdeu a final para nossa seleção, apenas nas penalidades máximas). Portanto, arrisco a dizer que, em esportes coletivos, talvez, seja uma das gerações mais vitoriosas. Basta lembrarmos que estão acostumados a decidir, inclusive nas penalidades, tendo se classificado em algumas competições, em que foram campeões, nesta situação (Mundial de 2004, contra o Brasil e Europeu de 2007, contra Portugal).

Destaco quatro jogadores espanhóis que participaram deste Europeu e que estiveram presentes na maioria das outras conquistas: o goleiro Luís Amado; o fixo Kike (eleito em 2009, pela FutsalPlanet, o melhor jogador do mundo), o ala e capitão Javier Rodrigues e o brasileiro, naturalizado espanhol, Daniel.

Impressionante perceber a maturidade e qualidade (técnica, tática e mental) desses atletas, além do excelente trabalho coletivo da equipe, que marca bem, avançada ou recuada, e que dita, como quer, o ritmo ofensivo de jogo. Ainda bem que o PC teve a humildade e a inteligência de estudar muito esta seleção para o Mundial de 2008.

Veja o vídeo com melhores momentos da final.

Obs.: O site www.profutsal.com.br possui os vídeos completos de todos os jogos a partir das quartas de final dessa competição.