Futsal do Brasil nos Jogos Sulamericanos: hegemonia, Falcão, Record e PC

A Seleção Brasileira de Futsal conquistou nesta 6ª. feira, o tri-campeonato, nos IX Jogos Sulamericanos, em Medelín, Colômbia. Vale destacar que o Futsal fez parte do programa da competição continental, apenas nas últimas edições (2002, 2006 e 2010). O Brasil, venceu todas as 5 partidas desta edição, fazendo 32 gols e sofrendo apenas 2, na semi-final contra a Colômbia. Quatro aspectos me chamaram muito a atenção neste evento: a superioridade brasileira, o recorde do Falcão, a transmissão em TV aberta e o PC (ex-técnico da Seleção), como comentarista.

  

No que diz respeito à parte técnica, a Seleção Brasileira, realmente, não tem concorrentes, pelo menos até a próxima Copa, em nosso continente. As outras seleções conseguem, apenas no início dos jogos, suportar a pressão da seleção campeã do Mundo. Contando ainda com muitos atletas campeões mundiais e com jovens atletas muito talentosos, ainda somos praticamente imbatíveis por aqui. Acredito que apenas os países europeus (Espanha, Rússia, “Itália” e Portugal), podem criar maiores dificuldades. Outro fato no aspecto técnico foi o recorde de gols que antes pertencia ao Manoel Tobias, mas que nesta competição, foi superado pelo Falcão. Este jogador, sem dúvida, alguma é muito importante para a nossa modalidade, considerado, por muitos, o jogador mais espetacular da história da modalidade. Porém, apesar de superado, Manoel Tobias, na minha opinião, sempre terá espaço na galeria dos maiores, se não, o mais eficiente e completo de todos os tempos.

Por último, os outros dois aspectos; Record e PC. Sempre é muito importante termos o Futsal transmitido pela TV aberta. Foi muito boa a iniciativa da TV Record em transmitir estes jogos do futsal, com a Seleção Brasileira com a sua força máxima e garantia de conquista e show. Além disso, um narrador entusiasmado e, principalmente, para mim, o ponto forte de todo o evento, a presença do PC (Paulo César de Oliveira), ex-treinador da Seleção e campeão do Mundo em 2008. Os comentários do PC são uma verdadeira aula, uma oportunidade única de aprendizado para os interessados no Futsal. Suas opiniões abrangem, desde questões técnicas e táticas, até aspectos estruturais e organizacionais da modalidade.  Se perdemos um grande treinador na Seleção (atualmente, ele comanda a equipe do Corinthians), espero que ele esteja presente em muitas outras transmissões.

Metropolitano de Futsal: previsão de equipes e início

Após as reuniões específicas das categorias do futsal, começa a se esboçar o Campeonato Metropolitano da Federação Mineira de Futsal. Algumas equipes podem ser incluídas e outras podem ainda desistir, mas a tendência é que a configuração das categorias fique assim:

• Sub 11 (5 equipes):  Magnum, Monte Sião, Oásis, Olympico e Recreativo
• Sub 13 (7 equipes): Magnum, Minas Tênis Clube, Monte Sião, Oásis, Olympico, Recreativo e  SESI.
• Sub 15 (8 equipes):  Magnum, Minas Náutico, Minas T.Clube, Oásis, Olympico, Prefeitura de Betim, SESI Belo Horizonte e Clube das Quintas
• Sub 17 (6 equipes): Magnum, Minas T.Clube, Oásis, Olympico, Prefeitura de Betim e Prefeitura de João Monlevade
• Sub 20 e adulto, disputando o mesmo campeonato, (5 equipes): Minas (adulto), Minas (sub 20), Oásis, Betim e Congonhas  

Para todas as categorias, haverá uma disputa em turno e returno. Se uma mesma equipe vencer os dois turnos será declarada campeã. Caso haja vencedores distintos no turno e no returno, será realizada a fase decisiva entre as quatro equipes primeiras colocadas, observando:

• Sub-11: disputa de semifinal e final em sistema de play off
• Sub 13: quadrangular entre as quatro primeiras colocadas.
• Sub 15: quadrangular entre as quatro primeiras colocadas.
• Sub-17: disputa de semifinal e final em sistema de play off.
• Sub 20 e adulto: disputa de semifinal e final em sistema de play off

 A data provável de início do Campeonato Metropolitano é dia 12 de abril.

Além das tradicionais equipes, competidores de vários anos (Magnum, Olympico, Recreativo e Minas), observa-se a importante continuidade de algumas equipes (Monte Sião, SESI, Oásis, Betim e Congonhas) e a inserção de novas equipes (Clube das Quintas e João Monlevade). 

MALWEE: (tetra)campeã de uma Superliga muito equilibrada

Mais uma vez, deu a Malwee. E pela 4a. vez em 5 edições da Superliga. Mantendo a base/referência dos anos anteriores (Tiago, Falcão, Lenísio, Chico, Leco), a volta de Márcio e Valdin, contratação de novos jogadores (Bebeto, Índio fixo, Lucas, Bazílio e Bruno Souza), uma comissão técnica extremamente competente (Ferretti, Marcos Morais e João Romano) e, consequentemente, muitas alternativas táticas e comprometimento coletivo, a equipe da Malwee continua quase (felizmente) imbatível.

Além dos aspectos citados acima, o que me chamou mais atenção, dessa equipe, nesta Superliga é a forma como a comissão técnica, estrategicamente, utiliza todas as suas peças, de acordo com as características de cada jogador e necessidades circunstanciais. Sem falar, é claro, do perfeito entendimento que os atletas demonstram ter da sua forma de contribuição. Exemplo: apesar de utilizar, durante a fase de classificação e no início da semi-final, as trocas de 5 em 5 minutos, dos 4 jogadores de linha, para dosagem física neste tipo de disputa, nos momentos cruciais do jogo, assim como é utilizado no handebol, há atletas que atacam (Lenísio e Valdin), mas que saem, quando sua equipe passa a defender, sendo substituídos por outros (Leco e Márcio, respectivamente). E assim, sucessivamente, sempre quando possível.

Logicamente, não se resume a isto o sucesso desta equipe. A alternância de jogo com ou sem o goleiro-linha (Tiago), a alternância das linhas de marcação, a qualidade das bolas paradas e a capacidade de resolução individual de muitos jogadores (principalmente, Tiago, Falcão, Lenísio e Valdin), são outros motivos. Entretanto, o calendário pesado desta equipe (muitas competições), desgaste de seus principais atletas (frequentemente convocados para os compromissos da Seleção Brasileira) e, no caso desta Superliga, o amadurecimento de outras equipes, tais como Umuarama (que perdeu para a Malwee, na semi-final apenas nas penalidades) e, principalmente, do Minas que, na final, teve chances de derrotá-los, podem surpreender a equipe de Santa Catarina. 

Por falar no Minas, deve ser aqui destacada a participação desta entrosada e jovem equipe, nesta Superliga. Na final a equipe do Minas, enfrentou o favoritismo da Malwee, apesar da grande diferença de investimento, com muita coragem e ambição, marcando grande parte do jogo na quadra do adversário, tendo maior posse de bola e boas oportunidades para marcar gols. Apesar de ter tido uma semi-final mais tranquila, o Minas, por ter um plantel, com menos opções de substituições que a Malwee, não teve como aproveitar o desgaste físico do adversário. De qualquer modo, o vice-campeonato da Superliga é um feito inédito para o clube, que teve o artilheiro da competição (Pixote, com 4 gols), além do melhor ataque (17 gols marcados) e da melhor defesa (5 gols sofridos).  

A cada ano esta equipe está subindo um degrau em relação aos seus feitos. No ano de 2009, conseguiu, pela primeira vez chegar às 4as. de final da Liga e foi campeã da Liga Sudeste. A estrutura do clube, a dedicação e competência da comissão técnica (Perdigão, Ziquinho, Hugo e Marcela) e a manutenção dos atletas podem ser considerados os principais motivos desta ascenção, que poderá ser mais uma vez confirmada na Liga Futsal 2010.

Resumo da 1a. fase da Superliga: tradição e futuro do futsal

Nesta 6a. feira, terminou a 1a. fase da Superliga de Futsal 2010, que está sendo realizada em Betim-MG. Não houve nenhuma surpresa entre os 4 classificados para as semi-finais: Malwee-SC, Minas-MG, Umuarama-PR e Paraná-PR. Fica claro, como já acontece na Liga Futsal, o domínio do sul do país, com 3 dos 4 semi-finalistas e a consolidação da equipe do Minas entre as melhores do Brasil. As semi-finais prometem, apesar do favoritismo das equipes do Minas e da Malwee em seus jogos.

Exceção feita ao jogo Esmac-PA 7x0 Fesurv-GO, na primeira fase, tivemos jogos equilibrados, demonstrando o alto nível do futsal jogado em diversas regiões do nosso país. Dentro deste contexto, merece um destaque especial a equipe de Betim, que foi representada pela Seleção Mineira Sub 20. Apesar dos resultados adversos, esta equipe criou extrema dificuldade para equipes adultas consagradas, tendo boas chances de vitória, em pelo menos 2 das 3 partidas disputadas. Além da perspectiva de bom futuro no futsal para estes jovens atletas e a esperança de uma boa participação no Campeonato Brasileiro de Seleções, destaque para a comissão técnica formada pelos treinadores Ziquinho (28 anos) e Fabrício (26 anos). Apesar de jovens, representam uma geração de profissionais de futsal de Minas Gerais, muito estudiosa, dedicada e vitoriosa em seus respectivos clubes, Minas e Magnum.